Estação #3

Espaços de Ensaio nas Práticas Artísticas

Aula Magna, fbaup

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A estação entende o espaço de trabalho como um momento onde projetos artísticos finalizados, propostas em progresso e os vestígios da atividade de pesquisa se envolvem num caos controlado.

Escritas Não Esclarecidas: No Atelier a Tecer Fios e Paisagens Secretas do Tempo

Margarida Reis

Artista Plástica

Aula Magna, fbaup

Esta sessão tem como convidada, a artista plástica Margarida Reis, e como ponto de partida a sua obra, nomeadamente as suas duas últimas exposições, “Em busca do Silêncio, à Procura do Sol”, realizada no Museu Alberto Sampaio, em Guimarães, e “Escritas ao Sol”, realizada na Galeria Municipal de Matosinhos, que levaram sete e doze anos de trabalho, respectivamente, até estarem concluídas. O Textil será então, o elemento instigador de uma conversa com Cláudia Melo, Isabel Quaresma e Francisco Laranjo que pretende reflectir sobre as intersecções entre o têxtil e outros territórios, nos quais se revêm algumas práticas artísticas de hoje. Do seu trabalho com fios e tecelagem, poderemos também aceder a uma certa forma de escrita, senão por outros motivos, pela raiz etimológica comum, entre texto e têxtil. Da prática de Margarida Reis, iremos inferir os aspectos mais relevantes, como o tempo, a memória e a resistência pela passividade, confrontado-os com o seu pensamento sobre o seu atelier, onde leva acabo uma prática diária.

extra-comentador convidados: Claudia Melo, artista plástica e investigadora CITAR e Francisco Laranjo, artista plástico e Professor Catedrático, FBAUP, i2ADS.
comentadora: Isabel Quaresma, artista plástica, assistente convidada na FBAUP, responsável pela UC Têxteis Construídos.

Margarida Reis é pioneira na especialização das Artes do Têxtil no Porto. Expõe desde 1986 com objectos têxteis que desafiam certas regras ligadas à tapeçaria e tecelagem, relacionando várias tecnologias associadas às técnicas de agulha e malha. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1993 e 1995, período de grande produção que propiciou a realização da sua primeira exposição individual “A Linguagem Amorosa dos Têxteis” na Cooperativa Árvore, no Porto, em 1995. Conceptualmente interessa-lhe a memória da tapeçaria, desenvolver o seu legado justapondo com elementos que retira da natureza, como a espiral, o buraco negro, a rede, as suas memórias e inquietações sobre o ser, a origem e o eterno retorno.

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Francisco Laranjo, concluiu o Curso Superior de Artes Plásticas na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1978. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em pós-graduação (1981–83) e da Junta Nacional de Investigação Científica em Portugal, Holanda e Egipto. Foi ainda bolseiro do Instituto Goethe em Dresden, Alemanha (2000). Professor Catedrático da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, foi conferencista ou professor convidado em diversas universidades ou academias em cidades como Bilbao, Otava, Calgary, Daegu, Sheffield, Manchester, Istambul, Alexandria, Sófia, Paris e São Paulo. Expõe individual e colectivamente desde 1979 em Portugal, Holanda, Bélgica, Alemanha, Canadá, Índia, China, Coreia do Sul, Brasil, entre outros países. Membro integrado do i2ADS/FBAUP/ESMAE.

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Claudia Melo é docente na Escola Superior de Educação- Instituto Politécnico do Porto, Unidade Técnico Científica de Artes Visuais desde 2009. Curadoria e consultadoria artística para a Divisão da Cultura da C.M. Maia (2019 e 2020). Diretora Artística da Contextile – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea em Guimarães (2014, 2018 e 2020). Curadoria para o projeto Europeu Magic Carpets (2018 a 2021). Diretora Artística na Porto Lazer, E.M C.M. Porto (Entre 2013 a 2018). Curadora independente. Desenvolve atividade artística desde 1996. Licenciada em Artes Plásticas Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

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Isabel Quaresma, iniciou seus estudos com um Curso de Design de Moda na Citex, Porto (1986), onde mais tarde leciona, tornando-se coordenadora assistente do mesmo (1987-1996). Fez um Curso de Pós-Graduação em Design Têxtil no ramo de tecelagem na Academia de Florença de Design de Moda (1990). Licenciou-se em Belas Artes no ramo da Pintura (2011) pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde terminou recentemente seu mestrado em Técnicas de Desenho e Impressão (2014). Participou na Bienal Contemporânea de Arte e Têxtil em 2014 - Contextile, Portugal. O seu trabalho desenvolveu-se entre Arte e Design, intercetando pintura, desenho, têxtil e vídeo. Interessa-se por trabalhar em espaços intersticiais entre as práticas contemporâneas de desenho e têxtil. Expõe regularmente desde 2002.

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Corpos, Luxos e Obras

Hernâni Reis Baptista

Artista Plástico

Aula Magna, fbaup

Nesta sessão serão revisitados alguns dos trabalhos de Hernâni Reis Baptista, apresentados nos últimos anos. A sua prática artística, entre outros interesses, debruça-se sobre o entendimento do humano como veículo, ferramenta ou objecto e a subsequente interação com o mundo animal, social, virtual ou consigo mesmo. A sessão irá ser conduzida por Óscar Faria, historiador, crítico de arte e curador, que tem vindo a acompanhar de perto o seu trabalho através de curadorias e ensaios escritos.

extra-comentador convidado: Óscar Faria, investigador no Instituto de História de Arte da FCSHUNL
comentadora: Rute Rosas, artista plástica e investigadora no CITCEM

Hernâni Reis Baptista (Vila do Conde, 1986) é licenciado em Artes Plásticas - Multimédia, pela FBAUP. Tem vindo a expor desde 2011 em exposições individuais e coletivas. Trabalha maioritariamente com instalação, escultura, video e diversos processos digitais.

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Óscar Faria (Porto, 1966) é historiador, crítico de arte, ensaísta e curador. Mestre em Estudos Artísticos – Teoria e Crítica de Arte (Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto) e doutorando em História da Arte Contemporânea (Universidade Nova de Lisboa), onde prepara uma tese acerca da obra de Álvaro Lapa. Entre 1992 e 2011 foi jornalista e crítico do jornal Público. Actualmente faz a curadoria do ciclo de seis exposições “Animalidades e outras botânicas” (Casa das Artes, Porto, 2019-2020).

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Do Anti-atelier ao Atelier

Ramiro Guerreiro

Artista Plástico

Aula Magna, fbaup

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Para alguns artistas o atelier é o assunto do seu trabalho. Para outros é quase tudo o que atelier não abarca. Ramiro Guerreiro começa por abordar uma ideia de atelier nos vários espaços de materialização do seu trabalho, isto é, na cidade, nos locais onde regista as suas performances, em locais de exposição ou nas várias residências artísticas que realiza. Atualmente o atelier informa diretamente o seu trabalho, e é disso exemplo o seu livro “Productivity” (2017), onde reúne um conjunto de sequências fotográficas encenadas em ateliers que ocupou em Lisboa e em Berlim. Esta conversa entre Ramiro Guerreiro e Jorge Marques será uma oportunidade para conhecer uma prática artística que permite gerar uma ideia de anti-atelier, contornando a ideia tradicional de espaço de trabalho de artistas. Mas também de retorno ao atelier enquanto espaço de materialização de inquietações sobre a cidade, a sociedade e a arte.

extra-comentador convidado: Jorge Marques, artista plástico, investigador no i2ADS
comentadora: Sofia Ponte, artista plástica, curadora e investigadora no ID+

Ramiro Guerreiro frequentou o curso de Arquitectura na Universidade do Porto para passar ao Programa de Estudos Independentes na Maumaus - Escola de Artes Visuais. Tem exposto com regularidade desde 2003. Em 2005 recebeu uma Menção Honrosa pela exposição nos prémios EDP Novos Artistas e foi também premiado na 1ª edição do "BES revelação" (Casa de Serralves, Porto). Fez residências artísticas na Künstlerhaus Bethanien, em Berlim (2014/15) e na Casa Velazquez, em Madrid (2007/ 08), ambas com bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian.

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Jorge Marques é artista plástico e assistente na área científica de Desenho na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde lecciona desde 1998. Em 1996 conclui o ciclo Especial de Artes Plásticas – Pintura, Faculdade de Belas Artes do Porto. Doutorou-se com o tema – “O processo como circunstância do desenho”. Desenvolve trabalho artístico em Desenho, Pintura e Fotografia. Expõe individual e colectivamente desde 1993.

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